E a luta contra o analfabetismo no Brasil continua! O governo do Rio Grande do Norte, por meio da sua Secretaria Estadual da Educação e da Cultura, em conjunto com a Comissão Regional do Projeto Angicos 50 anos convida para a celebração do cinquentenário da experiência de alfabetização, desenvolvida pelo educador Paulo Freire (1921-1997). O evento será nos dias 2 e 3 de abril, no auditório do campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e na Escola José Rufino, em Angicos (RN).
A abertura do evento será no dia 2 de abril, às 14h30, e o Instituto Paulo Freire (IPF) está colaborando com a organização do encontro e participará da Mesa de Abertura junto a outras instituições: MEC/RN, SEEC/RN, UFERSA, UFRN, UFPE, UFPB, UERN, Secretaria Municipal de Educação de Angicos, Fórum Potiguar de EJA, UNDIME/RN, SEEC/PB, Cátedra UNESCO de EJA e Centro Paulo Freire – Estudos e Pesquisas/PE.
Já no dia 3, destaque para a mesa redonda “As 40 Horas de Angicos, Paulo Freire e sua influência nas práticas de Educação de Adultos no Brasil e em Portugal”, composta pelo presidente de honra do IPF, prof. Moacir Gadotti, o professor da Universidade de Coimbra (Portugal), Joaquim Alcoforado, com a mediação da profa. Rita Diana de Freitas Gurgel, da UFERSA.
“Naquele momento anterior veio o presidente Getúlio Vargas, matar a fome do pessoal, a fome da barriga que é uma fome fácil de curar. Agora, na época atual, veio o nosso presidente João Goulart matar a precisão da cabeça que o pessoal todo tem necessidade de aprender. Temos muita necessidade das coisas que nós não sabia, e que hoje estou sabendo. Em outra hora nós era massa, hoje não somos massa, estamos sendo povo”. Este depoimento é do alfabetizado Antonio da Silva, representando a turma no encerramento do curso de alfabetização em Angicos, em 1963, dirigindo-se ao, na época, presidente da República João Goulart.
Que possamos, neste e nos próximos 50 anos, matar a fome de muitos brasileiros e brasileiras. Mas não a fome da barriga, como foi colocado pelo alfabetizado acima, e sim a fome do conhecimento, a fome por justiça social.
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